domingo, 14 de setembro de 2008

La Elke

Na última sexta, o tempo em sampa já dava sinais de câmbio, como dizem os espanhóis
e como pela manhã me havia dito meu dermatologista. O tempo variável de sampa, sua flutuação constante, tal qual a dos mercados que regem - em especial - a lógica que a estrutura, me fazem hoje escrever contra um frio de 15 graus.

Fomos ver um show da Elke Maravilha, uma "diva" de quem sei muito pouco, mas que
pude conhecer em duas horas de músicas populares infantis, bregas (by falcão e cia.),
russas, gregas e poesias de drummond, kaváfis,e citaçãoes indiretas aos "espíritos
livres" de nietzsche... Explica-se: era uma performance auto-biográfica, e nela apareciam as cidades que ela conheceu, viveu e não esqueceu. Nasceu na Rússia, veio pra Itabira(MG) com 6 anos e dizem que mora no Rio hoje em dia. Trabalhou como chacrete, modelo, já foi marca de esmalte e jurada no programa Sílvio Santos.

La Elke é uma dama da noite, uma dândi do preto ou do branco e de perucas descoloridas!
Quem nunca a viu em suas extravagâncias e dissonências como uma boneca de luxo?
No show, entretanto, o teor de grandiosidade dá lugar a uma conversa em tom
íntimo, um número às avessas, uma pequena caixinha de surpresas, e a desfiguração de nossa personagem que pode ser vista como não mais uma imagem retocada e
esdrúxula, mas como uma notável mulher, sensível.Longe por demais, de toda
e qualquer perfeição de representação.

Nenhum comentário: